Mercado financeiro projeta inflação acima do teto da meta em 2023

Estimativa de expansão da economia ficou em 0,9%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, teve sua previsão para este ano elevada de 5,93% para 5,96%, de acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (3). A estimativa é que a inflação fique em 4,13% em 2024, e em 4% para os anos de 2025 e 2026.

Apesar de ainda estar dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, a projeção para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%, com limite inferior de 1,75% e superior de 4,75%.

Segundo o Banco Central, há uma chance de 83% de a inflação oficial ultrapassar o teto da meta em 2023. Para alcançar a meta de inflação, o BC usa a taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022 e é a mais alta desde janeiro de 2017.

A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 12,75% ao ano e caia para 10% ao ano até o fim de 2024. Para 2025 e 2026, as previsões são de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que pode encarecer o crédito e estimular a poupança. Já a diminuição da Selic tende a tornar o crédito mais barato e incentivar a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira em 2023 se manteve em 0,9%. Já para 2024, a expectativa é de um crescimento de 1,48% no Produto Interno Bruto (PIB). Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta uma expansão do PIB em 1,8% para ambos os anos.

Por fim, a expectativa para a cotação do dólar é de R$ 5,25 para o fim deste ano e R$ 5,30 para o fim de 2024.