Biden proibi importações de petróleo da Rússia para os EUA. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou na terça-feira que seu país proibirá as importações de petróleo, gás natural e carvão da Rússia como uma sanção à invasão da Ucrânia por Putin.
Em uma aparição na televisão, Biden informou que está tomando a medida para causar mais “dor à máquina de guerra” da Rússia.
“Este é um movimento que tem grande apoio de ambas as casas do Congresso e espero que também tenha apoio do povo americano”, disse ele.
Os Estados Unidos são o primeiro país a anunciar sanções contra o setor energético russo e deram o passo unilateralmente, sem seus aliados europeus, que são muito mais dependentes do gás e do petróleo russos para suas necessidades energéticas.
As importações dos EUA da Rússia representam uma pequena parte de seu consumo de energia, apenas 8% em 2021, segundo dados oficiais.
Deste montante, apenas cerca de 3% era petróleo bruto.
A União Européia, por sua vez, obtém cerca de 40% de seu gás e 30% de seu petróleo da Rússia e não tem substitutos fáceis se o fornecimento for interrompido.
A Rússia alertou anteriormente que poderia fechar seu principal gasoduto para a Alemanha se o Ocidente proibisse o petróleo russo.
No início da invasão, Berlim anunciou que estava cancelando o gasoduto Nord Stream 2, um projeto multimilionário que liga a Alemanha à Rússia sem a necessidade de atravessar a Ucrânia.
Moscou é o segundo maior exportador de gás natural e o terceiro maior exportador de petróleo do mundo, de modo que quaisquer sanções contra sua indústria de energia são vistas como um sério golpe para sua economia. No entanto, a medida também corre o risco de disparar os preços do petróleo e O próprio Biden reconheceu isso durante sua aparição.
“Defender a liberdade vai nos custar, e também vai nos custar em casa”, disse ele.
O petróleo Brent estava oscilando em torno de US$ 130 o barril na terça-feira, seu nível mais alto em quase 14 anos, enquanto o preço da gasolina nos EUA atingiu US$ 4,17 o galão, o maior de sua história.
Procurando alternativas
Washington trabalha há dias em mecanismos para cortar as importações de petróleo russo sem causar grandes problemas na economia, dado o aumento dos preços da gasolina.
A Casa Branca confirmou que um grupo de funcionários viajou a Caracas no fim de semana para se reunir com membros do governo de Nicolás Maduro para discutir “questões energéticas” no contexto da invasão da Ucrânia.
Centenas de pessoas morreram e mais de 2 milhões se refugiaram em países vizinhos desde o início da invasão russa do país vizinho em 24 de fevereiro.
Os EUA e os países europeus impuseram inúmeras sanções a Moscou desde o início dos ataques, mas estavam mais relutantes em sanções ao setor de energia, dada a dependência da Europa do mercado russo.
A mídia dos EUA apontou que Biden pode pedir à Arábia Saudita que aumente sua produção e também chegue a um possível acordo com o Irã.
A União Europeia anunciou na terça-feira que planeja cortar as importações de gás russo em dois terços até o final deste ano e reduzir sua dependência permanente até 2030.