UFRJ desenvolve produto para investigar crime de violĂȘncia sexual

UFRJ desenvolve produto para investigar crime de violĂȘncia sexual
UFRJ desenvolve produto para investigar crime de violĂȘncia sexual

UFRJ desenvolve produto para investigar crime de violĂȘncia sexual.

Da AgĂȘncia Brasil – Um produto que promete ajudar nas investigaçÔes de cenas de crimes de violĂȘncia sexual estĂĄ pronto para ser testado por peritos criminais da Secretaria de Estado de PolĂ­cia Civil (Sepol) do Rio de Janeiro. A formulação em laboratĂłrio da fenolftaleĂ­na bifosfato tetrassĂłdio teve sua eficĂĄcia comprovada na detecção de sĂȘmen em ambiente controlado.

>Uber oferecerĂĄ corridas gratuitas para mulheres denunciarem violĂȘncia domĂ©stica

O professor Claudio Lopes, do Instituto de QuĂ­mica da UFRJ, explicou Ă  AgĂȘncia Brasil que ao utilizar o produto, em laboratĂłrio, o sĂȘmen aparece na cor rosa. No local do crime, no entanto, Ă© precisa ter uma indicação correta para localizar o material.

“Por isso, nĂłs vamos usar um teste imunocromatogrĂĄfico com amostras suspeitas e jogar o reagente, para ver se aparece a cor rosa”. Cada mancha encontrada Ă© confirmada pelo teste imunocromatogrĂĄfico, que detecta uma proteĂ­na presente no sĂȘmen.

>Estudo comprova que vacina russa contra o covid-19 Ă© segura

Lopes destacou a importĂąncia de haver uma confirmação, no local de crime, do reagente presuntivo, para que nĂŁo se gaste tempo nem recursos no laboratĂłrio de DNA. O novo reagente foi sintetizado em 2014, quando foi pedida a patente ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), mas a demanda maior surgiu agora em função da pandemia do novo coronavĂ­rus, com o aumento de casos de estupro e de violĂȘncia sexual. A luz ultravioleta tambĂ©m pode ser usada, jĂĄ que ela identifica as flavinas, tambĂ©m presente no sĂȘmen.

>Conheça uma função secreta do seu celular que pode salvar sua vida

Coleta de provas

O novo produto serĂĄ fornecido Ă  PolĂ­cia Civil, graças Ă  parceria da universidade com a Sepol. A coleta do sĂȘmen no local do crime serĂĄ levada para o laboratĂłrio de DNA da Sepol que vai estabelecer parĂąmetros para extrair o produto e certificar que ele nĂŁo vai danificar o DNA. “Como se trata de uma prova pericial que vai ter as vidas de pessoas estabelecidas, atĂ© com uma penalidade ou nĂŁo, a gente precisa ter mais robustez, mais mĂ©todos”.

De acordo com o professor, o reagente tem funcionado muito bem em simulaçÔes de laboratĂłrio. O Programa de Apoio a Projetos de Inovação no Campo da Segurança PĂșblica – CiĂȘncia Forense, lançado pela Fundação Carlos Chagas de Amparo Ă  Pesquisa em 2018, apoia a pesquisa.

>Projeto permite saque integral do FGTS durante calamidade ou pandemia

Testes

A diretora do Instituto de Pesquisas e PerĂ­cias em GenĂ©tica Forense (IPPGF), do Departamento Geral de PolĂ­cia TĂ©cnico-CientĂ­fica da Sepol, perita criminal Selma Lilian Sallenave Salles, disse Ă  AgĂȘncia Brasil que os testes serĂŁo feitos em dois momentos.

“No primeiro momento, vamos fazer experimentos controlados com sĂȘmen de origens conhecidas para testar diferentes suportes, diferentes tipos de tecido e diferentes condiçÔes de quantidade desse material para ver se isso influenciaria tambĂ©m na sensibilidade do exame”. SerĂŁo levadas em conta tambĂ©m misturas do material com terra, areia e material molhado.

>Novidade: Twitter lança ferramenta de combate Ă  violĂȘncia domĂ©stica

De acordo com os resultados obtidos, em um segundo momento, serĂĄ testada a sensibilidade em amostras reais, forenses, que sĂŁo recebidas pelo instituto para a realização de anĂĄlises. “O nosso papel [no projeto do novo reagente] Ă© de verificação de possĂ­veis interferĂȘncias que possam vir a causar no material em função de parĂąmetros que fazem parte do nosso cotidiano, a questĂŁo do tempo, conservação de material, mistura com outras coisas, que fazem parte da realidade da perĂ­cia”, disse Selma.

A ideia Ă© que, tal como ocorreu com o luminol (reagente que permite detectar sangue), o novo produto possa ser usado tambĂ©m em locais de crimes para aumentar a sensibilidade da detecção do sĂȘmen e permitir ter indĂ­cios de determinadas manchas mais difĂ­ceis de serem vistas do que o sangue. Segundo a diretora do instituto, essa Ă© a primeira vez que serĂĄ utilizado um reagente para detecção de sĂȘmen em cena de crime. Ela tem certeza que as duas fases de testes serĂŁo concluĂ­das atĂ© o final deste ano. A colaboração com a UFRJ nesse projeto Ă© recente. “Casou tudo, a perĂ­cia, o projeto, o tema, tudo.”

>Brasil produzirĂĄ respirador projetado pela Nasa para o combate Ă  Covid-19