Pelo menos 27 pessoas morreram e 55 ficaram feridas durante tiroteio ocorrido nesta sexta-feira (6) num encontro em Cabul, capital do Afeganistão, que contou com a presença de Abdullah Abdullah, chefe do governo afegão, e outras autoridades que não ficaram feridas.
“Após o ataque, o serviço de ambulâncias de Cabul transportou 27 mortos e 55 feridos para os nossos hospitais”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde Pública, Wahidullah Mayar.
O tiroteio, que autoria ainda é desconhecida, começou quando o presidente do Conselho Superior da Paz, Karim Khalili, fez um discurso por ocasião do aniversário da morte do líder da comunidade xiita hazara Abdul Ali Mazari, disse o Ministério do Interior do Afeganistão.
“Todas as autoridades de alto nível foram retiradas com segurança do local do ataque”, explicou Marwa Amini, porta-voz do Ministério do Interior.
Um porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, rejeitou a autoria do ataque na rede social Twitter.
“O ataque no encontro em Cabul não tem nada relacionado com os combatentes do Emirado Islâmico” (como os talibãs se autodenominam), salientou Mujahid.
No ano passado, também durante um evento para o aniversário da morte de Mazari em que Abdullah estava presente, pelo menos onze pessoas morreram e outras 95 ficaram feridas num ataque com morteiros, reivindicado pelo Estado Islâmico.
Governo condena ataque
O presidente afegão, Ashraf Ghani, condenou o ataque de hoje através de uma mensagem no Twitter, na qual descreveu o que aconteceu como um “ataque contra a humanidade e um ataque contra a unidade do Afeganistão”.
“Conversei com os meus irmãos Abdullah Abdullah e Khalili. As autoridades de saúde foram chamadas para ajudar as vítimas. As forças de segurança responderão de maneira contundente contra os responsáveis pelo ataque”, acrescentou.
O incidente desta sexta-feira ocorre após a assinatura de um acordo de paz histórico entre os Estados Unidos e os talibãs na semana passada em Doha, no Qatar, que abre a porta à retirada militar dos americanos do Afeganistão após 18 anos em guerra.
O acordo prevê que, dos 13 mil militares norte-americanos presentes no país, apenas restem 8.600 dentro de três a quatro meses, e que a retirada total aconteça em 14 meses.
Agência Brasil