A ByteDance, empresa dona do TikTok, criou contas falsas com conteúdo retirado do Instagram, Snapchat e outras redes sociais para carregá-los no Flipagram, e treinar o algoritmo da plataforma adquirida pela empresa em 2017.
Isso é confirmado por documentos vazados esta semana, que garantem que a ByteDance é que ele se apropriou de vídeos, nomes de usuários e fotos de outras plataformas para reciclá-los, sem autorização de seus donos, na rede social que acabara de comprar.
Alguns ex-funcionários da empresa reconheceram que o roubo de informações e conteúdo começou logo após a aquisição da Flipagram em janeiro de 2017. Documentos internos da empresa de tecnologia chinesa indicam que esse roubo de informações foi uma técnica de “growth hack”. Esse “growth hacking” consiste em fazer crescer uma comunidade ou plataforma com o menor investimento financeiro possível.
Um desses ex-funcionários reconheceu que o objetivo da ByteDance era se apropriar de até 10.000 vídeos por dia de outras plataformas para reenviá-los em seu próprio site. Esses vídeos foram usados para treinar e informar o algoritmo ByteDance para recomendações personalizadas, que é o que o TikTok usa hoje.
A intenção da ByteDance ao se apropriar dessas informações foi treinar seu algoritmo utilizando conteúdo produzido nos Estados Unidos. Segundo informações conhecidas, a ByteDance também se apropriou de postagens do Musical.ly. Esta plataforma, comprada pela ByteDance em 2017, é a que mais tarde se tornaria TikTok.
O Flipagram foi fundado em 2013 como uma plataforma para criação e compartilhamento de vídeos curtos. De certa forma, pode ser considerado o precursor do TikTok. Naqueles anos, era comum pegar conteúdo de outras redes e usá-lo em outra plataforma para treinar seu algoritmo e aumentar sua comunidade. Nesse caso, o que essa informação pode provar é que o algoritmo do TikTok foi formado usando conteúdo retirado dos aplicativos de seu concorrente.