Em razão de um caso confirmado de febre amarela no município de Vargem Grande do Sul, na região próxima a São João da Boa Vista, interior do Estado, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) deu início a ações de intensificação em vigilância e vacinação contra a doença na capital. A SMS recebeu alerta epidemiológico do Governo do Estado de São Paulo em 27 de janeiro, que informou sobre o diagnóstico da doença em um adulto de 73 anos, não vacinado, que evoluiu com internação hospitalar sendo curado em sua evolução clínica.
Na primeira etapa, a vacinação contra a febre amarela será reforçada na zona norte, considerada importante área de risco caso o vírus realize migração pelos “corredores ecológicos” previamente estudados no surto de 2017 e 2018, local de áreas urbanas fronteiriças a matas. Será feita também nesta região a busca ativa do público elegível que ainda não recebeu as doses previstas, por meio dos agentes comunitários de saúde e Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
O esquema vacinal inclui crianças menores de 5 anos de idade, com uma dose aos 9 meses e outra aos 4 anos, além de todos os indivíduos com mais de 5 anos, que recebem uma dose única, válida por toda a vida. No caso de crianças que não receberam a segunda dose até os quatro anos, a vacina pode ser aplicada em qualquer idade.
A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença, que é transmitida por vetores e tem ocasionado casos em distintas regiões do país em seu ciclo silvestre. É importante que pessoas que se deslocam para regiões de mata, considerando também o feriado de Carnaval, estejam vacinadas.
As ações de vigilância e prevenção consistem ainda na emissão do alerta epidemiológico para sensibilizar e atualizar a rede de atendimento:
Atualização das equipes de assistência para identificação precoce de sinais e sintomas sugestivos da doença e, na notificação de casos suspeitos, realização de ações importantes da vigilância ambiental, como busca ativa e combate aos mosquitos na região do caso.
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, imunoprevenível, de rápida evolução e elevada letalidade nas suas formas mais graves. Apresenta sintomas como febre súbita, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas, vômitos e fraqueza. Tem padrão sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre os meses de dezembro e maio.
Após aproximadamente meio século de silêncio epidemiológico, o vírus da febre amarela voltou a ser detectado no ano 2000, no Estado de São Paulo. Desde a sua reintrodução, foram reportados quatro surtos, com mais de 600 casos confirmados. Eventos epidêmicos da doença também foram registrados, a partir de 2014, em Goiás e Tocantins, e seguiram no sentido dos Estados do Sudeste e Sul.
No município de São Paulo, em 2018, foram confirmados 121 casos da doença, sendo que, destes, 107 foram casos importados e 14 autóctones. Já em 2019 e 2020, a cidade teve, respectivamente, três e um caso confirmados. Em 2021 e 2022, a cidade não registrou nenhum caso da doença.
A SMS reforça a necessidade de atualizar a situação vacinal para o público elegível, a partir dos 6 meses até 59 anos, e alerta sobre a importância de procurar uma unidade assistencial do município para avaliação e tratamento se a pessoa apresentar alguns dos sintomas da doença.
Os imunizantes contra a febre amarela estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e nas AMAs/UBSs Integradas aos sábados, também das 7h às 19h.