Previsão de inflação sobe para 6,01% em 2023, acima da meta perseguida pelo Banco Central (BC), segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (17). A estimativa para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%. Ainda assim, está dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em março, a inflação desacelerou, mas puxada pelo aumento dos preços dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,71%.
Para alcançar a previsão de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior desde janeiro de 2017. A expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano, e para 9% e 8,75% ao ano em 2025 e 2026, respectivamente.
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 0,91% para 0,9%. Para 2024, a expectativa é de crescimento de 1,4%, enquanto o mercado financeiro projeta expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,72% e 1,8% em 2025 e 2026, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,24 para o fim deste ano, com previsão de R$ 5,26 para o fim de 2024. O cenário econômico é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central, já que quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, o que pode dificultar a expansão da economia. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.