Guedes quer testar Renda Brasil com ‘sobras’ do auxílio para ter aprovação

Publicado por
Evelin Leone
Guedes quer testar Renda Brasil com ‘sobras’ do auxílio para ter aprovação

Guedes quer testar Renda Brasil com ‘sobras’ do auxílio para ter aprovação.

Do Economia IG – Diante da resistência do presidente Jair Bolsonaro à revisão de benefícios como o abono salarial para criar o Renda Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda transformar a prorrogação do auxílio emergencial em uma espécie de fase de testes para o novo programa social.

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Os repasses seriam bancados pelos recursos que sobraram do Bolsa Família neste ano, já que a maior parte dos beneficiários migrou para o auxílio emergencial.

Ao recorrer a essa estratégia, o governo conseguiria lançar a primeira fase do Renda Brasil ainda neste ano sem arcar com o custo político da acabar com outros programas.

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A ideia que está sendo debatida internamente é passar a rebatizar os novos repasses de Renda Brasil já a partir dos próximos meses.

Dessa forma, Guedes atenderia à ordem de Bolsonaro, que quer uma solução alternativa para o Renda Brasil até a próxima sexta-feira (28).

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O valor ainda está em discussão, mas técnicos do Ministério da Economia admitem ser possível chegar próximo aos R$ 300, como quer Bolsonaro.

No novo desenho, algumas regras do atual modelo do auxílio seriam alteradas. Um dos pontos em estudo é rever a previsão de que mães chefes de família recebam o benefício em dobro. Assim, o público dessa fase de testes seria mais próximo ao do Renda Brasil definitivo.

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O plano de Guedes é criar uma narrativa para que, ao longo dos próximos meses, a discussão passe a ser em torno de reduzir o valor do Renda Brasil. Assim, o discurso passaria a ser o de que a manutenção das regras atuais do abono salarial, por exemplo, significaria uma perda em um programa social que já estaria em vigor.

Enquanto isso, técnicos afirmam que não há muito o que fazer para garantir mais dinheiro ao novo programa no ano que vem. A ideia original dos técnicos do Ministério da Economia é ampliar o Orçamento do Bolsa Família, hoje em R$ 30 bilhões, para R$ 52 bilhões.

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Para isso, a ideia é extinguir outros programas sociais, incluindo o abono salarial — que hoje custa cerca de R$ 20 bilhões por ano.

Também entrariam nessa conta a revisão de outros programas, como o seguro-defeso, pago a pescadores em período de pesca proibida, que teria impacto de pouco mais de R$ 2,8 bilhões. Há ainda a possibilidade de rever a Farmácia Popular, que custa R$ 2,5 bilhões, possivelmente restringindo o benefício aos mais pobres.

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Sem rever esses benefícios, esses técnicos consideram praticamente impossível implantar o Renda Brasil no valor de R$ 300 sem furar o teto de gastos, que impede que as despesas públicas cresçam mais que a inflação. A solução, caso as propostas não avancem, seria reduzir o valor a partir do ano que vem.