Governo foi alertado sobre crise no Bolsa Família e ignorou, diz jornal

Publicado por
Jerffeson Brandao

Em fevereiro do ano passado, o governo de Jair Bolsonaro que estava em seu segundo mês de mandato, foi alertado sobre a crise que hoje se alastra no programa social Bolsa Família destinado à pessoas de extrema pobreza. De acordo com as informações divulgadas pelo Folha de São Paulo, documentos internos revelam que a equipe já sabia da falta de recursos que viria.

Responsável por garantir os pagamentos do Bolsa Família, o Ministério da Cidadania por pelo menos cinco oportunidades que tivera, solicitou mais dinheiro para o programa, em busca de evitar que se formasse uma fila de famílias esperando pelo auxílio. Entretanto todos esses pedidos foram negados pelo ministros da Econonomia, Paulo Guedes e por Onyx Lorenzoni ex-ministro-chefe da Casa Civil, que hoje comanda justamente a Cidadania, pasta responsável pelo programa social em grave crise.

Atualmente, a fila de famílias que requerem o Bolsa Família já reúne mais de 1 milhão de pessoas. É caracterizado como fila o período de espera igual ou superior a 45 dias.

Desde junho do ano passado, o governo, na prática, impede a entrada de novas famílias pela falta de recursos. Segundo dados do próprio governo, a tendência é que a fila cresça ainda mais no início deste ano, aproximando-se de 1,5 milhão de famílias.

O programa chegou ao menor número de famílias atendidas em dezembro do ano passado desde 2010 com 13,1 milhões contra 12,8 milhões na época. O auge foi atingido em 2018, com 14,1 milhões de atendimentos.

Além da situação ser bastante grave e os números revelarem que a busca por irregularidades está perdendo eficácia, o orçamento do programa é ainda menor em 2020. Se em 2019 foram investidos R$ 32,5 bilhões no Bolsa Família, neste ano a cifra é de R$ 29,5 bilhões.

13º do Bolsa Família

 A promessa de campanha de Bolsonaro, não será como anunciada pelo chefe do Executivo. Se na disputa presidencial o anunciado era o 13º como uma regra para equiparar os beneficiários aos demais trabalhadores, na prática a medida só deve ser adotada no primeiro ano de governo, já que a 13ª parcela não está prevista para 2020 e os anos seguintes.