Excesso de vitamina B6 faz mal? Veja sintomas e cuidados

Publicado por
Jerffeson Brandao

O excesso de vitamina B6 pode causar efeitos colaterais de longo prazo que você precisa conhecer para decidir se isso é algo que fará mal a você ou não.

Além disso, sabemos que as vitaminas do complexo B trazem benefícios, mas isso não significa automaticamente que possamos exagerar na ingestão delas. Venha descobrir com a gente como isso funciona em relação à vitamina B6 no artigo de hoje!

Sobre a vitamina B6

Também conhecida pelo nome de piridoxina, a vitamina B6 é uma vitamina solúvel em água que pode ser encontrada em alimentos como cereais, feijões, vegetais, fígado, carne e ovos – embora esses não sejam os únicos alimentos ricos em vitamina B6. Esta vitamina do complexo B também pode ser produzida em laboratório.

O que temos aqui é um nutriente que auxilia o corpo a produzir anticorpos (substâncias necessárias para o combate de uma série de doenças), a manter uma função nervosa normalizada, a decompor proteínas, a manter os níveis de glicose (açúcar no sangue) em níveis normais e a produzir a hemoglobina, que é uma proteína responsável pelo transporte de oxigênio dos glóbulos vermelhos aos tecidos do corpo.

O organismo também necessita da piridoxina para utilizar a energia proveniente dos alimentos que são consumidos por meio da dieta e para a produção de glóbulos vermelhos.

A falta de vitamina B6 é considerada incomum, entretanto, pode ser desenvolvida em pessoas que sofrem com doença nos rins, doença no fígado ou problemas com bebidas alcoólicas. A deficiência do nutriente também pode resultar no desenvolvimento de um tipo de anemia.

E então, será que o excesso de vitamina B6 faz mal?

De acordo com informações do Office of Dietary Supplements (Gabinete de Suplementos Alimentares, tradução livre) do Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, um adulto com idade entre 19 a 50 anos de idade deve consumir 1,3 mg de vitamina B6 diariamente.

Já as mulheres com mais de 51 anos devem ingerir 1,5 mg do nutriente por dia, enquanto os homens com mais de 51 anos devem obter 1,7 mg da vitamina a cada dia, apontou a organização, que indicou ainda que as gestantes devem consumir 1,9 mg de piridoxina diariamente.

Segundo o Office of Dietary Supplements, é raro consumir muita vitamina B6 por meio dos alimentos, entretanto, a ingestão de níveis elevados do nutriente através de suplementos durante um ano ou mais pode provocar danos nervosos severos, que resultam na perda de controle dos movimentos corporais.

A organização destacou ainda que manchas dolorosas e de má aparência, sensibilidade extrema ao sol, náusea e azia também fazem parte do grupo de sintomas do excesso de vitamina B6. Exagerar na utilização de suplementos desse nutriente ainda pode resultar no aparecimento de feridas na pele.

A ingestão de muita vitamina B6 também podem provocar outros sintomas como dormência e diminuição da habilidade de sentir dor ou temperaturas extremas.

No mesmo sentido, o Serviço Nacional de Saúde (NHS, sigla em inglês) do Reino Unido assinalou que a ingestão de mais do que 200 mg de vitamina B6 diariamente por um período prolongado pode causar a perda de sensibilidade nos braços e pernas, em uma condição que é conhecida pelo nome de neuropatia periférica.

A instituição afirmou que esse problema geralmente melhora uma vez que a pessoa interrompe o uso do suplemento do nutriente. Entretanto, o NHS também advertiu que em alguns poucos casos, quando a pessoa ingere quantidades elevadas de piridoxina, principalmente ao longo de mais do que alguns meses, os efeitos podem ser permanentes.

“Ingerir mais do que 1 mil mg de vitamina B6 suplementar por dia pode provocar danos nervosos e dor ou dormência das mãos e nos pés. Já foram documentados alguns desses efeitos colaterais depois do uso diário de somente 100 a 300 mg de vitamina B6 por dia.

Por essas razões, o limite máximo tolerável de vitamina B6 por dia para adultos é de 100 mg. A quantidade de vitamina B6 utilizada para controlar certas condições de saúde raramente excedem essa quantidade. Se você está interessado em ingerir mais (da vitamina B6) que o limite máximo tolerável consulte o seu médico”, explicou a nutricionista e mestra em nutrição humana Elizabeth Streit.

Estudo indicou a associação da suplementação com vitamina B6 e vitamina B12 a fraturas

Pesquisadores dos Estados Unidos acompanharam em torno de 76 mil enfermeiras do sexo feminino ao longo de 21 anos, realizando levantamentos extensivos sobre suas dietas aproximadamente a cada quatro anos.

Quase todas essas mulheres ingeriam uma quantidade maior do que a recomendada de vitamina B6 e vitamina B12 por meio de alimentos e suplementos. Cerca de 2,3 mil dessas participantes sofreram fraturas no quadril durante o experimento e metade delas tiveram essas fraturas antes dos 76 anos de idade.

Em comparação com as mulheres que registraram a menor ingestão dessas vitaminas do complexo B, aquelas que tinham o consumo mais elevado – pelo menos 35 mg de vitamina B6 e 20 mcg de vitamina B12 – eram 47% mais propensas a sofrer uma fatura no quadril durante a pesquisa.

Para o autor principal do estudo, o dr. Haakon Meyer, da Universidade de Oslo na Noruega, os resultados da pesquisa se juntam a outros para sugerir que o uso de dosagens elevadas de suplementos pode resultar em reações adversas inesperadas.

Meyer também afirmou que a ingestão normal dessas vitaminas, dentro das recomendações diárias, não foi associada a um maior risco de fraturas.

Entretanto, vale ressaltar que o estudo não foi concebido com o objetivo de provar se ou como o excesso de vitamina B6 ou vitamina B12 pode favorecer o risco de fraturas no quadril. Ele também pode não refletir o que acontece com toda mulher mais velha, uma vez que foi feito com uma população específica – mulheres predominantemente brancas, de classe média e seguradas.

Ainda assim, para a pesquisadora da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, Karen Hansen, o experimento ressalta a importância de fazer uma consulta médica antes de começar a usar suplementos de vitaminas.

Para quem se preocupa com a saúde dos ossos desde jovem ou tem mais idade já sofre com algum problema ósseo, vale a pena conhecer os alimentos para fortalecer os ossos, assim como os alimentos ruins para osteoporose.

De olhos nos cuidados

Antes de começar a utilizar um suplemento de vitamina B6, você precisa consultar um médico para saber se o produto é realmente necessário para você e verificar em qual dosagem e por quanto tempo o suplemento poderá ser utilizado.

Caso experimente qualquer um dos sintomas associados ao excesso de vitamina B6 mencionados neste artigo, procure o auxílio médico, mesmo que não imagine se tratar de um problema tão grave assim.

Isso é fundamental para verificar a real seriedade da reação em questão, receber o tratamento apropriado e saber direitinho se pode continuar a usar o suplemento ou não. Para isso, é necessário levar o suplemento para o médico analisar e contar há quanto tempo o produto tem sido utilizado e em que dosagem ele vem sido consumido.

Por Mundo Boa Forma