Dia de protestos contra assassinato de negro nas mãos de seguranças em Porto Alegre
Várias cidades do Brasil protestaram nesta sexta-feira contra o assassinato de um homem negro, João Alberto Silveira Freitas, 40, nas mãos de seguranças de um supermercado.
Os moradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre saíram às ruas para exigir justiça pelo brutal atentado, que segundo o vice-presidente, não é um caso de racismo.
O crime ocorreu durante a noite desta quinta-feira, na saída de um supermercado da rede Carrefour, na cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul. De acordo com o relatório, o homem foi espancado até a morte por um funcionário da segurança enquanto outro o segurava, depois que um funcionário disse à equipe que a havia ameaçado.
O caso foi divulgado em poucas horas em todo o país por meio de um vídeo, que se tornou viral nas redes sociais, mostrando parte do ocorrido. E também por isso as organizações sociais convocaram algumas das mobilizações.
Algumas pessoas que protestaram lembraram-se do caso do americano George Floyd, morto em 25 de maio de 2020, em Minneapolis, Minnesota, por policiais brancos. Um caso que deu a volta ao mundo e provocou manifestações contra o racismo.
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Os cartazes que carregavam diziam: “Justiça para João Alberto” ou “As mãos do Carrefour estão sujas de sangue negro”.
No Twitter, os usuários colocaram vídeos e fotos de pessoas que se reuniram do lado de fora ou, como no caso de algumas que entraram no Carrefour.
Nos Jardins, no município de São Paulo, a polícia colocou uma barreira em frente à manifestação perto da loja Carrefour.
Em Porto Alegre, onde ocorreu o crime, centenas de pessoas compareceram ao local.
Protesto em frente ao Carrefour em Porto Alegre (RS) pede justiça para João Alberto, assassinado ontem na porta do supermercado. A manifestação foi convocada por organizações do movimento negro e demais movimentos sociais.
Imagens da Nathane Dovale pic.twitter.com/TSyjzSW9Rs
— Ponte Jornalismo (@pontejornalismo) November 20, 2020
O vice-presidente do país sul-americano, Hamilton Mourão, lamentou a perda, mas considera que não se trata de racismo porque “no Brasil não há racismo”.
“Para mim, não existe racismo no Brasil. É algo que eles querem importar, que não existe aqui. Digo com calma, não existe racismo”, disse à imprensa.
No entanto, a mídia local destacou que, de acordo com o último relatório “Atlas da Violência” publicado em agosto passado, o número de assassinatos de negros aumentou 11,5% entre 2008 e 2018, enquanto entre brancos diminuiu 12 , 9%.