Confira 9 causas da obesidade mórbida e saiba qual melhor tratamento

Publicado por
Jerffeson Brandao

Além de conhecer as possíveis causas, aqui você verá também o melhor tratamento para a obesidade mórbida e dicas de como sair dessa situação de risco.

Um dos problemas de saúde que mais cresce no mundo todo é a obesidade e desde 2013, a American Medical Association passou a considerá-la uma doença. Esse reconhecimento é importante para aumentar a conscientização da população sobre o problema e para que medidas preventivas sejam tomadas.

Como se não bastasse os riscos que ser obeso traz para a saúde, é alarmante a quantidade de obesos mórbidos que traz ainda mais dificuldades no cotidiano e perigos para a saúde. Uma pessoa que sofre de obesidade mórbida pode ter dificuldade para executar tarefas básicas e até mesmo para se locomover.

Em geral, a obesidade mórbida acontece quando alguém ganha peso em excesso, mas existem várias causas que contribuem para que essa situação de obesidade grave ocorra.

Obesidade mórbida – O que é?

Quando uma pessoa consome mais calorias do que o corpo necessita, uma pessoa pode se tornar obesa. Se esse excesso de calorias for acompanhado da ausência de atividades físicas, a obesidade pode se tornar ainda mais grave, já que as calorias excedentes não são queimadas e acabam sendo armazenadas no organismo na forma de gordura.

Uma situação como a descrita acima que é prolongada por muito tempo pode resultar em um caso de obesidade mórbida.

De acordo com o Dicionário Médico de Stedman, a obesidade mórbida é identificada quando o IMC (índice de massa corporal) é igual ou maior que 40 ou quando a obesidade é suficiente para prejudicar algumas funções fisiológicas.

Alguns profissionais da saúde consideram um obeso mórbido se ele apresentar mais de 100 kg acima do peso ideal, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que um individuo que apresenta um IMC maior que 35 já pode ser considerado um obeso mórbido.

O que dizem os números

O IMC é dividido em intervalos de valores que servem para indicar se uma pessoa está dentro ou fora do peso ideal.

  • Peso normal: 19,0 a 24,9;
  • Excesso de peso: 25,0 a 29,9;
  • Obeso grau 1: 30,0 a 34,9;
  • Obeso grau 2: 35,0 a 39,9;
  • Obeso grau 3: 40,0 ou mais.

Como já mencionado, a obesidade de grau 3 já é um caso de obesidade mórbida, mas alguns profissionais podem classificar um obeso de grau 2 como um obeso mórbido ao considerar outros fatores que afetam a saúde.

O problema da obesidade mórbida não é simplesmente estar acima do peso e sim as consequências que esse excesso de gordura acarreta na saúde. O obeso mórbido pode apresentar problemas respiratórios, dificuldades de locomoção e perda de fôlego em atividades simples como subir uma escada. Também há um risco maior de sofrer doenças cardíacas que podem ser fatais.

No entanto, o IMC fornece apenas uma estimativa da gordura corporal e vários outros fatores devem ser considerados. Atletas com alta quantidade de massa muscular, por exemplo, também podem apresentar um IMC na faixa da obesidade apesar de não terem excesso de gordura corporal.

Assim, os profissionais costumam diferenciar a obesidade da obesidade mórbida não só pelos valores de IMC, mas também de acordo com o aumento do risco de desenvolver certas doenças.

Um obeso “comum” é considerado obeso quando são identificados altos níveis de gordura corporal por meio de outros exames – como os testes de bioimpedância – e quando o IMC é igual ou maior que 30. Apresentar esse valor de IMC pode aumentar o risco de a pessoa desenvolver condições como:

  • Pressão arterial elevada;
  • Artrite;
  • Câncer;
  • Diabetes;
  • Doenças cardíacas;
  • Acidente vascular cerebral.

Já a obesidade mórbida é caracterizada pelo aumento considerável de desenvolver alguma das condições de saúde mencionadas acima – chamadas por alguns profissionais de comorbidades – que são as responsáveis por incapacidades físicas e até mesmo a morte.

Causas da obesidade mórbida

Qualquer pessoa pode se tornar um obeso mórbido, mas o risco é muito maior para aqueles que sofrem de algum problema de saúde específico ou não dão a importância necessária para a própria saúde.

Não existe uma causa para a obesidade mórbida, mas sim um grupo de fatores de risco que podem contribuir para que uma pessoa desenvolva a doença. Assim, as principais causas de obesidade mórbida são as seguintes:

1. Dieta inadequada

Uma dieta que não é saudável ou que é rica em calorias pode causar a obesidade mórbida. Em geral, os obesos mórbidos comem poucas frutas e vegetais e a base de suas dietas são alimentos gordurosos e pouco nutritivos e bebidas ricas em açúcar.

O excesso de calorias é armazenado na forma de gordura pelo corpo. Quando a dieta é baseada em alimentos processados repletos de açúcar e gordura, o estoque de gordura pode ser ainda mais expressivo.

Agora imagine uma pessoa que ingere mais calorias do que o corpo precisa. O acúmulo de gordura ao longo do tempo será gigantesco, fazendo com que ela desenvolva um quadro de obesidade que, se não for tratada, pode evoluir para a obesidade mórbida.

2. Estilo de vida da família

A obesidade tende a acontecer em famílias e muita gente acaba colocando a culpa na genética, mas não presta atenção nos hábitos alimentares que são compartilhados.

Quando pequenas, as crianças aprendem principalmente por meio da observação. Assim, se a família ao redor tem hábitos alimentares ruins e não pratica atividade física, por exemplo, é provável que a criança que vive ali também se alimente mal e não aprenda a importância da atividade física.

É claro que na escola ou em outros ambientes ela pode ser estimulada a comer melhor e a se movimentar, mas o ambiente familiar tem um grande impacto nos hábitos que esse pequeno indivíduo vai levar para toda a vida.

3. Fatores genéticos

Os genes podem influenciar em muitos campos da nossa vida. Alguns genes podem interferir na eficiência de conversão dos alimentos em energia, na queima calórica durante a atividade física, na quantidade de gordura que é armazenada no corpo e na forma que a gordura corporal é distribuída.

Assim, a genética pode influenciar no metabolismo e é por isso que para algumas pessoas é mais fácil ganhar ou perder peso.

4. Uso de certos medicamentos

Alguns remédios podem causar o ganho de peso. Exemplos incluem remédios como antidepressivos, antipsicóticos, esteroides, anticonvulsivos, betabloqueadores e medicamentos para tratar a diabetes ou o hipotireoidismo.

5. Envelhecimento

As mudanças hormonais, a perda de massa muscular, a desaceleração do metabolismo e o estilo de vida menos ativo dos idosos pode aumentar o risco de obesidade.

Isso porque em uma idade mais avançada, as necessidades calóricas tendem a ser mais baixas e se os hábitos alimentares não forem adequados a essa nova necessidade, é provável que ocorra um ganho de peso expressivo.

6. Problemas de sono

Dormir pouco ou dormir mal pode causar alterações hormonais que levam ao aumento do apetite. Pessoas com distúrbios de sono devem procurar uma clínica especializada para identificar a causa do problema e melhorar a qualidade do sono.

7. Estresse e ansiedade

Distúrbios emocionais como o estresse crônico e a ansiedade podem promover o ganho de peso devido ao aumento de produção do hormônio cortisol. Esse hormônio induz o armazenamento de gordura e pode levar a um aumento de peso significativo.

8. Problemas de saúde

Nem sempre a obesidade ocorre por causa uma má alimentação ou devido a outros hábitos ruins. Algumas doenças podem causar o ganho de peso. Exemplos são a síndrome de Cushing, a síndrome de Prader-Willi e a artrite.

9. Inatividade física

O sedentarismo é um grande problema identificado na vida de muitos obesos. A falta de atividades físicas no dia a dia prejudica a saúde e pode facilitar o aumento de peso já que quando uma pessoa não é fisicamente ativa, ela não queima tantas calorias quanto uma pessoa que se exercita regularmente.

Complicações

Algumas complicações de saúde que podem surgir por causa da obesidade mórbida são:

  • Diabetes do tipo 2;
  • Pressão arterial alta;
  • Doenças cardíacas;
  • Colesterol e triglicerídeos elevados;
  • Síndrome metabólica;
  • Acidente vascular encefálico;
  • Câncer;
  • Osteoartrite;
  • Doença da vesícula biliar ou cálculos biliares;
  • Disfunção erétil nos homens e outros problemas sexuais;
  • Problemas ginecológicos nas mulheres como ciclo menstrual irregular e infertilidade;
  • Distúrbios respiratórios;
  • Apneia do sono;
  • Doença hepática gordurosa não alcoólica.

Infelizmente, algumas pessoas ainda discriminam as outras por características físicas ou por causa de diferenças sociais. Além de sofrerem discriminação por parte da sociedade, a dificuldade do obeso em executar algumas atividades por causa do excesso de peso podem ainda causar outros problemas como:

  • Isolamento social;
  • Baixo desempenho nos estudos ou no trabalho;
  • Sentimento de culpa, incapacidade ou de vergonha;
  • Depressão;
  • Problemas sexuais.

Opções de tratamento

Dentre as principais formas de tratar a obesidade mórbida estão a dieta e o exercício, os medicamentos e a intervenção cirúrgica.

– Adequação da dieta e exercícios físicos

Uma dieta saudável aliada à pratica de exercícios são o segredo para ter uma boa saúde e para perder peso. É importante que um déficit calórico seja o objetivo ao final do dia e isso é obtido através da ingestão de menos calorias do que o seu corpo necessita. Essa redução no consumo calórico pode ser obtida tanto pela alimentação balanceada quanto pela prática de atividades físicas que ajudam a queimar calorias.

Um médico e um nutricionista podem te ajudar na definição de metas e na elaboração de um plano de ação para alcançá-las.

– Medicamentos

Alguns medicamentos podem ser prescritos por um médico para ajudar o paciente a perder peso. No entanto, a maioria das pessoas tende a recuperar o peso perdido a partir do momento que ela para de usar o remédio. Isso geralmente acontece porque ela não fez uma reeducação alimentar para manter o peso.

Dessa forma, os medicamentos não são indicados a menos que um especialista no assunto indique que essa é a melhor alternativa no momento.

– Cirurgia

A cirurgia só é indicada em casos de obesidade mórbida quando o paciente apresenta IMC igual ou maior do que 40 ou quando há riscos iminentes para a saúde se o paciente manter ou continuar ganhando peso.

Geralmente, a cirurgia é indicada nas situações acima ou quando o indivíduo não consegue perder peso por meio de outras técnicas e consiste na redução do estômago ou na alteração do caminho percorrido pelos alimentos durante a digestão.

Independentemente da técnica usada, o hormônio grelina – que gera a fome e que libera hormônios que promovem a saciedade – é produzido em menor quantidade. Dessa forma, o indivíduo tem um menor apetite, mas ainda assim se sente saciado.

Toda cirurgia envolve riscos e é importante conversar com um médico para tirar todas as dúvidas sobre o procedimento.

Os tipos mais comuns de procedimentos cirúrgicos para a perda de peso incluem a cirurgia de bandagem gástrica e o by-pass gástrico.

1. Cirurgia de bandagem gástrica

Conhecida também como banda gástrica, esse procedimento consiste em usar uma espécie de faixa que é colocada ao redor da parte superior do estômago com o intuito de reduzir o tamanho do estômago e, consequentemente, limitar a quantidade de comida ingerida. Isso faz com que a pessoa se sinta satisfeita depois de consumir pequenas refeições.

2. Bypass gástrico

Essa cirurgia consiste em dividir o estômago em duas partes e mudar o caminho que o alimento faz no trato digestivo. Assim, ele deixa de passar por uma parte do estômago e do intestino delgado e é destinado apenas para uma das porções do estômago. Essa redução indireta no tamanho do estômago faz com que a pessoa se sinta satisfeita comendo menos.

– Perspectivas de tratamentos futuros

Já estão sendo estudados tratamentos hormonais que envolvem os hormônios intestinais que podem ajudar os obesos a perder peso e um tratamento que consiste em uma reprogramação celular.

Nesse último caso, os cientistas estão procurando formas de reprogramar células de gordura para que elas se comportem de uma maneira diferente e ajudem a promover a perda de peso. Isso porque o nosso organismo apresenta 2 tipos de células adiposas:

  1. Células de gordura marrons que queimam as calorias e produzem energia na forma de calor;
  2. Células de gordura brancas que estocam as calorias.

A ideia dos pesquisadores é reprogramas as células de gordura brancas para se comportarem da mesma forma que as células marrons, o que resultaria em uma queima mais eficaz de calorias e evitaria o armazenamento de novas células adiposas. Porém, pesquisas de como isso pode ser feito ainda estão sendo desenvolvidas.

Melhor tratamento

Uma das dúvidas mais recorrentes dos obesos é saber como tratar a obesidade da forma mais eficiente possível.

A situação ideal é aquela em que as pessoas conseguem perder peso apenas com dieta adequada e exercícios e isso é possível em muitos casos de obesidade mórbida através de bastante esforço e dedicação.

De fato, a combinação de dieta e exercício é o melhor tratamento para a obesidade mórbida. Isso porque essa combinação traz bons resultados a longo prazo, o que significa que é mais provável que a pessoa não volte ao peso anterior ao emagrecer por esse método.

Porém, não existe fórmula mágica e cada caso é um caso. Por exemplo, uma pessoa que não tem condições nem de se locomover direito e está com a saúde em risco provavelmente não conseguirá se exercitar antes de perder uma quantidade de peso significativa. Nesse caso, o melhor tratamento seria o uso de medicamentos ou uma cirurgia bariátrica para ela sair dessa zona de risco o mais rápido possível e continuar o tratamento com dieta e exercício.

Prevenção

Pessoas que já são consideradas obesas de grau 1 ou grau 2 devem tomar medidas de precaução para evitar que o quadro se agrave ainda mais.

As dicas de prevenção abaixo não são novidade para grande parte das pessoas, mas é sempre bom reafirmar a importância de uma dieta saudável e equilibrada e de um bom plano de exercícios físicos não só para perder peso, mas também para se manter saudável.

– Ter uma boa alimentação

A alimentação é essencial para o controle e a perda de peso. Para emagrecer, é necessário ingerir menos calorias do que o seu corpo necessita diariamente.

Além de levar o consumo calórico diário em conta, a escolha de alimentos ricos em nutrientes é indispensável para perder peso sem perder a saúde.

Apostar em alimentos como grãos integrais, vegetais e frutas costuma trazer resultados expressivos. Evitar o consumo de açúcar, álcool e gorduras saturadas ajuda ainda mais a promover a perda de peso.

– Identificar gatilhos que te levam a comer mais do que necessário

Muitas vezes nós comemos por impulso e nem percebemos. Pode ser interessante manter um diário para anotar sobre os seus hábitos alimentares. Essa prática pode ajudar a identificar padrões de comportamento relacionados à comida e gatilhos que fazem você comer mais do que quer ou precisa.

Por exemplo, pode ser que você passe em frente a uma doceria todos os dias na volta do trabalho e sinta vontade de comprar um doce. Ter esse comportamento uma vez por semana é normal, mas se isso acontecer todos os dias, pode ser que passar na frente do estabelecimento é um gatilho para comer mesmo que você não esteja com vontade. Nesse exemplo, mudar o caminho pode ser uma boa estratégia para quebrar esse hábito com mais facilidade.

– Monitorar o peso

Pode ser que se pesar todos os dias não seja uma boa ideia, pois isso pode aumentar a ansiedade e dificultar o processo de emagrecimento. Mas é importante se pesar pelo menos uma vez por semana ou duas vezes ao mês para registrar o seu progresso.

Esse hábito vai ajudar a manter a motivação e a fazer ajustes na dieta se o resultado não estiver sendo satisfatório.

– Exercitar-se com frequência

A atividade física é muito importante para a manutenção da saúde e para ajudar na queima calórica do dia a dia. Mesmo que o seu peso dificulte a prática de certas atividades físicas, faça o que é possível para você e comece a se movimentar. Boas opções incluem a natação e a hidroginástica, mas uma simples caminhada diária pode ajudar e muito.

Conforme você for perdendo peso e se sentindo melhor, você poderá aumentar a intensidade do exercício ou incluir outras atividades físicas na rotina.

– Ser consistente nos seus hábitos

Ter consistência e persistir nos seus objetivos é mais importante do que apenas ter um bom plano. A execução consistente é o que vai fazer a diferença e tornar a perda de peso eficaz. Assim, é importante prezar pelo equilíbrio. Ninguém é de ferro e deslizes podem (e provavelmente vão) acontecer. Mas o ideal é que você saiba identificar quando está deixando de seguir um bom hábito e logo voltar a praticá-lo sem culpa por ter saído da linha por um momento.

Ser consistente na dieta saudável, por exemplo, é muito mais do que seguir uma dieta restritiva por um curto período de tempo. Trata-se, na verdade, de uma reeducação alimentar e de algo que você deve levar para toda a sua vida, pois é isso que vai possibilitar a geração de bons resultados e uma vida saudável e equilibrada.

Fonte: Mundo Boa Forma