O pacote do carro popular, anunciado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve seus detalhes revelados recentemente, surpreendendo muitos ao optar por conceder descontos diretos em nova fiscal, em vez de descontos nos impostos federais. Os valores dos descontos variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil, e já se especula quais serão os modelos mais beneficiados por essa nova regra.
Inicialmente, a proposta previa redução de 1,5% a 10,96% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e no PIS/Cofins como forma de incentivo. No entanto, após negociação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo optou por alterar o decreto, passando a adotar o desconto direto.
Com base nesse novo calculo, espera-se que o desconto máximo nos carros zero quilômetro alcance quase 11%, conforme anunciado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Em alguns casos, a redução pode até ser mais generosa.
É o que ocorre, por exemplo, com o Fiat Mobi e o Renault Kwid, que são os modelos mais baratos atualmente no Brasil. Com uma redução de R$ 8.000, ambos terão seus preços atuais de R$ 68.990 reduzidos para algo próximo de R$ 60 mil. A Renault, inclusive, já anunciou uma edição do Kwid por R$ 58.990, que já está à venda.
Confira abaixo uma projeção dos preços de 10 modelos com os maiores descontos, segundo a expectativa:
A alteração proposta pelo ministro Fernando Haddad estabelece que o desconto do carro popular será aplicado na nota fiscal ao consumidor e posteriormente compensado pelas montadoras sem recolhimento de tributos. Portanto, o modelo não afetou a tributação, como havia sido antecipado pelo Estadão. O desconto será aplicado sobre o valor do automóvel no recibo.
No entanto, ainda faltam detalhes por parte do governo Lula sobre como os preços serão calculados. Por exemplo, o Fiat Cronos é o sedã mais barato do Brasil, mas é produzido na Argentina.
Isso significa que se o governo exigir maior conteúdo nacional, pode afetar os veículos importados do Mercosul e do México, países com os quais o Brasil possui acordos de livre comércio. Outro ponto a ser considerado é a eficiência energética e como isso pode ter impacto.
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