Bolsa Família no Nordeste perde R$ 84 milhões para propaganda institucional. O Governo Federal aplicou R$ 83,9 milhões, que seriam destinados ao Bolsa Família, para a comunicação institucional da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom).
O valor servirá para fazer propagandas sobre as ações do presidente da República Jair Bolsonaro. Assinada por Waldery Rodrigues, a portaria com a transferência dos recursos foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 2.
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Ao ser procurado pelo Estadão, o Ministério da Cidadania não informou a motivação da realocação do valor, e afirmou que o pagamento do Bolsa Família em abril foi custado “em 95% por recursos do auxílio emergencial”.
“A folha de pagamento do Programa Bolsa Família (PBF), no mês de abril, foi custeada em 95% por recursos do auxílio emergencial. Naquele mês, 13.566.568 famílias beneficiadas com o PBF receberam o benefício. Em abril foram destinados às famílias mais de R$ 15 bilhões”, disse.
“É importante destacar que o auxílio emergencial destinou às famílias do PBF, na Região Nordeste, mais de R$ 7,7 bilhões, em abril, o que beneficiou a 6.851.543 famílias”, finalizou.
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A fim de bancar a propaganda institucional durante a crise sanitária e econômica, o Governo Bolsonaro utiliza orçamento de “Enfrentamento da Emergência de Saúde Nacional”, dos ministérios de Saúde e Cidadania.
Antes disso, a Secom já havia aumentado os gastos com propaganda durante a pandemia do novo coronavírus para R$ 17,8 milhões.
Diferentemente do Ministério do Saúde, do qual as campanhas têm como objetivo informar sobre a Covid-19 e orientar quanto a medidas de higiene, a Secom utiliza os gastos para promover publicidade sobre “proteger vidas e empregos”.
De acordo com documentos internos da pasta, a campanha foi proposta pela agência Calia Y2, sendo acatada pelo governo.
Dessa forma, as outras agências contratadas pela Secom — NBS e Artplan — não passaram por processo de seleção e foram dispensadas.
Na última terça-feira, 2, um relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso revelou que anúncios do governo estavam sendo transmitidos em páginas de pornografia, informações fraudadas (“fake news”) e de jogos de azar ilegais. Ao todo, R$ 2 milhões foram destinados a esse tipo de sites.
Apesar de a Secom afirmar que o Google que escolhe onde os anúncios seriam veiculados. A empresa declarou que é possível bloquear a veiculação da propaganda institucional nestes tipos de site indesejados.
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