Bolsa Família: governo vai ajudar quem pegou o consignado. Você fez o consignado do Bolsa Família e está com a renda comprometida?
A maior parte das quase 22 milhões de famílias que estão aptas a receber o Bolsa Família em 2023 são remanescentes do antigo Auxílio Brasil do governo anterior. Cerca de 3,5 milhões efetuaram o empréstimo consignado liberado nos últimos meses da gestão de Bolsonaro.
O problema é que o empréstimo do Auxílio Brasil leva uma fatia importante do atual programa social do Bolsa Família. Até 40% do benefício pode ser descontado diretamente na folha de pagamento pelos bancos que geraram o empréstimo, na época, não muito superior a R$ 2.5 mil, para ser pago em 24 prestações, com juros maiores do que os que são empregados em créditos do mesmo tipo (de até 3,5%).
Essa linha de crédito comprometeu ainda mais o poder de compra das famílias de baixa renda brasileiras que deveriam se beneficiar dos programas sociais para ter um orçamento maior e capacitado para sanar os problemas básicos relacionados à alimentação, por exemplo.
Pensando nisso, o atual governo brasileiro de Luís Inácio Lula da Silva (PT) já planeja maneiras de ajudar os componentes do Bolsa Família que têm os descontos do consignado descontados todos os meses.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, já afirmou que os brasileiros nesta situação serão alguns dos agraciados pelo programa nacional de “desendividamento”. Chamado de “Desenrola Brasil”, o programa faz parte das promessas de campanha de Lula.
“Tão logo esteja pronto, certamente o presidente Lula vai lançá-lo para o Brasil. E essa área relacionada ao Bolsa Família será tratada”, disse Dias em matéria divulgada no site do próprio do Partido dos Trabalhadores (PT).
É preciso lembrar que no final de 2022, de acordo com levantamento dos próprios órgãos de proteção ao crédito. O Brasil bateu o recorde de quase 80% das famílias em situação de inadimplência (endividadas).
Por isso, o consignado do atual Bolsa Família (anteriormente Auxílio Brasil) foi uma das alternativas a qual muitos recorreram para fechar as contas do mês, porém com um reflexo de quase dois anos no orçamento. O problema é julgado grave pelo atual governo, que agora precisa lidar com 3,5 milhões de pessoas endividadas pelo consignado.
Como exemplo, nas contas divulgadas pela imprensa ainda em novembro e dezembro de 2022. Uma pessoa que pegasse R$ 2 mil do consignado, teria uma dívida de R$ 2.973,36 para ser paga em dois anos. Isso quer dizer que quase 1/3 da cobrança seria apenas de juros pelos bancos.
Ainda não existem as diretrizes exatas do Desenrola Brasil, mas a ideia é que seja possível rever as dívidas pessoais com instituições financeiras a fim de conseguir juros menores e maior prazo para pagamento.
Sendo assim, o consumidor poderá contar com uma plataforma do governo ou com a negociação através dos bancos para conseguir um novo acordo com os bancos. O objetivo é aliar o orçamento e limpar o nome das pessoas que se encontram em situação de inadimplência. Isso inclui os beneficiários do Bolsa Família, por exemplo.