Em meio à escala de probreza e falta de emprego no país, o orçamento do programa social Bolsa Família está congelado desde o mês de setembro do ano passado, e o número das famílias que solicitaram a inclusão de novos benefícios mas não foram aceitas chega a 1 milhão em todo o país. Na Baixada Santista, o número ultrapassou a marca de 25 mil núcleos familiares esperando os repasses.
De acordo com o Ministério das Cidades, no país são mais de meio milhão de pessoas nessa situação. O cenário deriva do corte no montante destinado ao programa feito pela equipe econômica do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
Para este ano, a verba destinada para o Bolsa Família é de R$29,5 bilhões, ante R$32,5 bilhões em 2019.
Com menos recursos, o governo passou a limitar a entrada de beneficiários, fazendo com que se formem filas que já haviam sido extintas no mês de julho de 2017.
Sem nenhuma previsão de retomada no cronograma de novas adesões, o congelamento do programa atinge, ao menos, seis de nove cidades da região da baixada.
Atualmente são 58.947 famílias que recebem o benefício. Mas, a quantidade poderia superar a 85 mil, caso tivessem sido adotados os critérios de renda.
Os municípios de Mongaguá, Praia Grande e Peruíbe informaram que não há filas e também não se sabe precisamente a quantidade exata de famílias que aguardam o acesso ao benefício. Em outros municípios,também houve uma diminuição na abertura do programa.
O problema afeta os moradores mais carentes da Baixada, como é o caso de São Vicente, que possui mais da metade da fila regional.
De acordo com os dados referentes a dezembro do ano passado, são cerca de 13.933 famílias sem receber o benefício. Deste total, 10.049 famílias se encontram em situação de extrema pobreza e o restante está na condição de pobreza.
Em primeiro lugar, está cidade de Itanhaém com a maior proporção de beneficiários, em que há 3.202 famílias aguardando adesão ao benefício.
O município de Bertioga aparece logo após com 5.160 pessoas aguardando a inclusão no sistema de transferência de renda.
Em Santos, estima-se que 1,5 mil famílias aguardam a entrada no Bolsa Família, algumas estão na fila desde janeiro do ano passado. Cubatão são cerca de 730 famílias e Guarujá 770 famílias também aguardam por resposta.
Segundo o governo, até que se finalize a operação pente fino, sistema que filtra os cadastros a fim de banir quem recebe o pagamento de forma irregular, não poderá aceitar novas incrições. Somente depois que normalizar o sistema, poderá então, abrir as portas novamente. No entanto, não há nenhuma previsão de quando isto vai acontecer.