O Ministério da Cidadania sondou os bancos sobre o interesse deles em adquirir o direito de distribuir o Auxílio Brasil, atualmente pago pela Caixa, e, como atrativo extra, também oferecer crédito consignado aos beneficiários do programa social. A conversa foi informal e não despertou o interesse das instituições financeiras, apurou o Valor.
Segundo informações de uma fonte a par da conversa, a ideia do governo seria leiloar para os bancos o direito de participar do pagamento do auxílio, assim como ocorre com a folha de pagamento do INSS – cujo direito de exploração é oferecido em lotes ao mercado. Sendo assim, as instituições financeiras pagariam para ter acesso a essa clientela.
O plano, entretanto, não foi bem recebido. Primeiro, os bancos não veem valor no negócio. Diferentemente do INSS, que abrange um público com renda garantida e estável, o Auxílio Brasil atende uma população carente.
Segundo, porque a avaliação é a de que haveria um risco reputacional enorme em se oferecer crédito – cobrar juros, portanto – a quem precisa de um benefício social para sobreviver.
Executivos do setor ouvidos pelo Valor também afirmam que não faz sentido pagar para ter acesso a essa carteira, já que o custo de distribuição do programa é alto, a operação é complexa (envolve mobilização de agências, por exemplo) e não é justificável do ponto de vista de educação financeira.
Com informações de Valor Investe