Atraso nas aposentadorias e auxílios do INSS: soluções e direitos disponíveis.
Todo mundo já percebeu que o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) não está dando conta de analisar os processos de aposentadoria, BPC, auxílios e outros benefícios.
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Antes da reforma da previdência já havia um atraso na análise dos benefícios e agora, por pelo menos três motivos a situação se agravou:
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A lei diz que o INSS deve analisar o processo em 45 dias. O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou este prazo.
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A criação de “força-tarefa” para analisar mais benefícios em menos tempo; contratação de servidores temporários, militares da reserva e realocação de pessoal de outras áreas são, antes de uma solução, um desespero.
O gargalo é na análise dos pedidos. Quem trabalha com previdência sabe que a análise é um trabalho técnico e não braçal. A solução apresentada pelo INSS para resolver sua crise administrativa vai aumentar a lesão de direitos do cidadão. A Previdência está doente e precisa ser tratada por quem entende os problemas dela.
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O INSS disponibiliza para o beneficiário um Portal por meio do qual o próprio interessado pode fazer seu pedido de aposentadoria. Este portal é seguro, mas antes de pedir o benefício o segurado deve estar bem informado sobre o que ele quer, senão pode querer uma coisa e ter outra.
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Depois de decorrido o prazo regulamentar, o segurado deve ter certeza que ele cumpriu a parte dele apresentando todos os documentos necessários e aí tem deixar claro que a demora da análise do processo é culpa exclusiva da Previdência, por que assim poderá cobrar todas as prestações vencidas devidamente corrigidas.
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O INSS pode exigir novos documentos para demonstrar que o pedido estava incompleto e isso pode retirar do segurado o direito de receber os valores atrasados devidamente corrigidos.
Infelizmente o INSS só anda na base de empurrão. Os serviços melhoraram muito, mas ainda estão a desejar. A reclamação administrativa (na Ouvidoria) ou na Justiça pode ser o caminho para a solução do processo.
O Governo justifica que seu atraso é causado pela quantidade de processos, falta de servidores e deficiência tecnológica, mas o trabalhador não tem nada a ver com isso: ele paga as contribuições e o INSS tem pleno conhecimento de quando ele vai pedir a aposentadoria. Isso é previsível.
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Quando se trata de Previdência, que é a campeã nacional de processos na Justiça, este caminho pode ser inevitável.
Mas a partir de 2020, com a mudança na estrutura na competência (responsabilidade) para julgar os processos concentrada na Justiça Federal, pode-se esperar (também) uma demora significativa.
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Quando o pagamento das prestações atrasadas é feito de forma englobada há o desconto do imposto de renda. O cidadão tem que ficar atento por que o imposto devido não pode ser calculado com base no valor que ele recebe acumuladamente (regime de caixa), mas de acordo com os valores que deveria receber em cada mês ao longo da duração do processo (regime de competência). Quem for tributado com valor superior ao devido, pode cobrar a restituição.
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Todo trabalhador deve ter uma radiografia da sua vida profissional, é o que eu chamo de laborgrama. Se ele identificar os erros com antecedência, dá para ir corrigindo tudo que não está certo para não ter dificuldade na hora da aposentadoria.
Fonte: Hilário Bocchi Júnior – www.facebook.com/hilario.bocchijunior