Atenção, aposentados e pensionistas: tem gente mal-intencionada tentando se aproveitar da boa-fé de quem recebe benefício do INSS. Um novo golpe tem se espalhado rapidamente e, à primeira vista, parece algo oficial. O problema é que muitos acabam caindo antes mesmo de perceber que se trata de uma fraude.
O alerta é sério e vale para todos. Afinal, quando o assunto envolve dinheiro e dados pessoais, todo cuidado é pouco. Por isso, entender como essa armadilha funciona é essencial para se proteger e também para alertar quem pode estar vulnerável.
Golpe usa reembolso do INSS como armadilha
Com o anúncio de que 9 milhões de beneficiários receberão notificações sobre descontos feitos por associações entre março de 2020 e março de 2025, golpistas começaram a agir rapidamente.
Passo a passo: como os golpistas aplicam o novo golpe do INSS
Eles têm enviado mensagens falsas por WhatsApp, SMS e até ligações telefônicas prometendo suporte para o ressarcimento. Veja como funciona:
1. Identificação da vítima
Os golpistas miram especialmente aposentados e pensionistas do INSS, grupo considerado mais vulnerável. Eles usam bases de dados vazadas ou listas obtidas ilegalmente com nomes e até CPF de beneficiários.
2. Contato inicial com a vítima
A vítima recebe uma mensagem via WhatsApp, SMS, e-mail ou ligação telefônica. O conteúdo geralmente diz:
- “Você tem direito a um reembolso do INSS”
- “Houve um desconto indevido na sua aposentadoria”
- “Clique aqui para solicitar a devolução do valor”
Essas mensagens usam termos técnicos e o nome do INSS para parecerem legítimas.
3. Criação de senso de urgência
Os criminosos pressionam dizendo que o prazo é curto ou que a pessoa perderá o valor caso não responda logo. Essa técnica é clássica em golpes: apressar a vítima para que ela não pense muito antes de agir.
4. Envio de link ou pedido de dados
O golpista envia um link falso (parecido com o site do INSS ou do Governo Federal) ou pede diretamente:
- Número do benefício
- CPF e RG
- Data de nascimento
- Nome da mãe
- Senha do Meu INSS
- Informações bancárias
Com esses dados, o criminoso pode invadir o sistema do Meu INSS ou até fazer empréstimos em nome da vítima.
5. Acesso indevido à conta Meu INSS
Caso consiga a senha da vítima, o golpista acessa o Meu INSS e pode:
- Alterar dados de contato
- Solicitar empréstimos consignados
- Simular que está fazendo um reembolso
- Vincular novos representantes falsos
6. Sumiço do golpista
Depois de obter os dados ou aplicar o golpe financeiro, o criminoso simplesmente desaparece. O número de telefone é desativado e o link para o suposto “site oficial” sai do ar.
7. Vítima só descobre quando é tarde
A maioria das vítimas só percebe que caiu no golpe quando:
- Recebe um empréstimo que nunca solicitou
- Perde o acesso ao Meu INSS
- Recebe descontos misteriosos no benefício
- É alertada por um parente ou pelo banco
Meu INSS é o único canal oficial para o reembolso
De acordo com o presidente do INSS, Gilberto Waller, todo o processo de verificação e solicitação do reembolso será feito exclusivamente pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135. Nenhuma outra pessoa ou empresa está autorizada a intermediar esse contato.
“O contato é direto com você. Ninguém fala em nome do INSS”, reforçou Waller em entrevista à Voz do Brasil.
As notificações começaram a ser enviadas pelo app no dia 9 de maio, e a partir de 14 de maio, os beneficiários poderão confirmar se reconhecem ou não os descontos.
Como será feito o reembolso aos aposentados
Assim que o beneficiário acessar o Meu INSS e entrar na seção sobre ressarcimento, verá uma lista com os vínculos associativos e os descontos registrados. Se ele não reconhecer algum deles, basta indicar isso no sistema — não será necessário enviar nenhum documento.
O INSS ficará responsável por cobrar das associações a comprovação do vínculo, autorização de desconto e documentos relacionados. Se a associação não apresentar os documentos exigidos dentro de 15 dias úteis, será obrigada a devolver o valor diretamente ao cidadão.
R$ 2,1 bilhões já estão retidos pela Justiça
Para garantir o reembolso, a Advocacia-Geral da União (AGU) já bloqueou R$ 2,1 bilhões em bens de associações investigadas. Se a entidade não comprovar a legalidade dos descontos ou não realizar o pagamento, será acionada judicialmente para devolver os valores aos aposentados e pensionistas prejudicados.
“O INSS está garantindo que todos aqueles que tiveram sua inscrição irregular sejam ressarcidos”, garantiu o presidente da autarquia.
Como se proteger desse golpe
Veja abaixo dicas simples para evitar cair na fraude:
- Não clique em links recebidos por SMS, e-mail ou WhatsApp, mesmo que pareçam oficiais.
- Não compartilhe dados pessoais com desconhecidos ou supostos “representantes do INSS”.
- Use apenas o aplicativo Meu INSS ou o número 135 para qualquer consulta ou solicitação.
- Desconfie de promessas de ajuda ou intermediação para reembolso.
- Se tiver dúvidas, procure um posto oficial do INSS ou fale com alguém de confiança antes de tomar qualquer atitude.