Você pode estar deixando dinheiro na mesa sem saber. Isso mesmo! Muitos trabalhadores têm direito a receber até R$ 607 de adicional de insalubridade, mas sequer sabem que esse valor existe e pode fazer uma enorme diferença no salário.
Aliás, o mais surpreendente é que esse benefício não tem prazo para acabar. Ele pode ser pago de forma contínua, desde que o trabalhador continue exposto aos riscos da sua atividade. Mas afinal, será que você tem direito? É exatamente isso que você vai descobrir agora.
O que é o adicional de insalubridade
De forma bem clara, o adicional de insalubridade é um valor extra pago aos trabalhadores que exercem atividades em ambientes prejudiciais à saúde. Ele está garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pela Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15) do Ministério do Trabalho.
Portanto, toda empresa que possui funções com exposição a agentes nocivos é obrigada a pagar esse valor. O cálculo depende do grau de risco da atividade, podendo ser classificado em três níveis: mínimo, médio ou máximo.
CLT: Trabalhadores podem ganhar até R$ 607 de insalubridade
Os valores do adicional são definidos com base no salário mínimo. Veja como funciona essa tabela:
- Grau mínimo: 10% do salário mínimo.
- Grau médio: 20% do salário mínimo.
- Grau máximo: 40% do salário mínimo.
Por exemplo, em 2025, o salário mínimo está em R$ 1.518. Isso significa que um trabalhador em grau máximo pode receber R$ 607,20 a mais no seu salário, todos os meses, enquanto durar a exposição.

Quem tem direito ao adicional de insalubridade
Nem todas as profissões dão direito a esse valor, mas muitas atividades comuns se enquadram nas regras. Veja alguns exemplos bem claros:
- Profissionais que trabalham na limpeza de banheiros públicos e locais de grande circulação.
- Trabalhadores que lidam com lixo urbano, tanto na coleta quanto na reciclagem.
- Funcionários de laboratórios de anatomia, autópsia e histoanatomia.
- Quem atua em minas subterrâneas, com exposição constante a agentes químicos ou biológicos.
- Trabalhadores que mantêm contato com pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas.
- Quem trabalha com animais infectados, diretamente nas atividades veterinárias ou laboratoriais.
- Pessoas que atuam em galerias de esgoto, tanques ou locais com alta concentração de agentes biológicos.
- Profissionais expostos a radiações ionizantes ou agentes cancerígenos.
Se você se enquadra em algum desses casos, existe grande chance de ter direito a receber esse valor mensal.
Como saber se você tem direito
O primeiro passo é verificar se na sua função existe algum Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT). Esse documento identifica todos os riscos do ambiente de trabalho.
Além disso, é importante conversar com o setor de recursos humanos da sua empresa ou até mesmo procurar um sindicato da sua categoria. Esses profissionais sabem exatamente como avaliar se as condições do seu trabalho garantem o pagamento do adicional.
O que fazer se a empresa não paga
Se a empresa não estiver pagando o adicional de insalubridade, você tem alguns caminhos para resolver isso. Primeiramente, tente um acordo direto com o setor de RH, levando documentos e informações que comprovem sua exposição.
Porém, se isso não resolver, é possível acionar a Justiça do Trabalho. Nesse caso, um advogado trabalhista pode solicitar uma perícia técnica, que vai avaliar o local de trabalho. Caso a exposição aos riscos seja confirmada, a empresa será obrigada a pagar o adicional, além dos valores retroativos e possíveis multas.
O adicional pode ser acumulado com outros benefícios?
Sim! O adicional de insalubridade pode ser acumulado com vários outros benefícios, como:
- Horas extras.
- Adicional noturno.
- Periculosidade (em alguns casos, dependendo do que for mais vantajoso).
- Vale-alimentação, transporte, entre outros.
Mas atenção: não é possível acumular o adicional de insalubridade com o de periculosidade. Nesse caso, você pode escolher o que for mais vantajoso financeiramente.
O adicional de insalubridade é um direito garantido pela CLT, mas ainda pouco conhecido pelos trabalhadores. Quem atua em ambientes com riscos químicos, biológicos ou físicos pode receber até R$ 607 por mês, dependendo do grau de exposição.
Por isso, vale muito a pena conferir se sua atividade se enquadra nas regras. Afinal, é um dinheiro que pode fazer toda a diferença no seu orçamento. Fique atento, busque informações no RH, no sindicato ou até mesmo com um advogado especializado. Seus direitos não podem ser ignorados.