Desde março, um novo capítulo começou para milhões de brasileiros que dependem dos programas sociais do governo. Mas poucos ainda sabem exatamente o que mudou — ou o que essas mudanças significam na prática. O Cadastro Único (CadÚnico), ferramenta essencial para acesso a benefícios como o Bolsa Família, passou por sua primeira grande atualização desde 2010.
Essa modernização, segundo o governo federal, promete mais segurança, agilidade e precisão nos dados dos usuários. Mas há um detalhe que pode pegar muita gente de surpresa — e você vai entender logo adiante por que esse novo sistema não é apenas uma atualização simples.
O que é o novo Cadastro Único e por que essa mudança importa
O CadÚnico é a principal porta de entrada para uma série de programas sociais, incluindo o Bolsa Família, o BPC, a Tarifa Social de Energia Elétrica e a Carteira do Idoso. A nova versão, desenvolvida em parceria com a Dataprev, surge com a promessa de combater fraudes e oferecer uma base de dados mais precisa.
Além disso, o novo sistema traz uma exigência importante: o CPF agora é obrigatório para todos os membros da família cadastrada. Isso marca uma mudança significativa em relação ao formato anterior, em que o NIS (Número de Identificação Social) era o principal identificador.
Atualização cadastral: quem precisa fazer?
Ao contrário do que muitos imaginam, não é necessário realizar um novo cadastro. Todos os dados foram migrados automaticamente para o novo sistema. Contudo, o prazo para atualizar as informações continua o mesmo: 24 meses ou sempre que houver mudanças relevantes, como endereço, renda ou composição familiar.
Vale lembrar que, para quem recebe o Bolsa Família, a convocação para atualização ocorre entre 18 e 24 meses após a última entrevista social.
Cadastro unipessoal exige mais atenção
Famílias compostas por apenas uma pessoa devem seguir um processo mais rigoroso. Nesse caso, a atualização deve ser feita presencialmente, com apresentação de documento oficial com foto e assinatura de um Termo de Responsabilidade. Isso visa evitar fraudes envolvendo cadastros fictícios de famílias unipessoais, que se tornaram mais comuns nos últimos anos.
É possível atualizar o Cadastro Único pela internet?
Aqui está um ponto importante: não é possível fazer o cadastro ou a atualização de forma online. O processo deve ser feito presencialmente em um CRAS ou posto de atendimento autorizado. Apenas a consulta a dados, como NIS, situação cadastral e prazo para nova atualização, pode ser feita por meio do aplicativo ou site do CadÚnico.
NIS ou CPF: qual número vale?
Com a nova regra, o CPF se torna a chave principal de identificação no sistema. Porém, o NIS continua existindo e será gerado automaticamente em até 72 horas após o novo cadastro, para quem ainda não possui. Quem já tem um NIS ativo, continua com o mesmo número.
A ideia é que, no futuro, todos os órgãos governamentais passem a reconhecer o CPF como principal identificador para acesso a benefícios sociais.
E se o CPF apresentar pendências?
Caso existam divergências entre os dados do CadÚnico e a Receita Federal, o sistema bloqueia temporariamente o cadastro. A regularização pode ser feita pelos seguintes canais:
-
Online, no site da Receita Federal, com título de eleitor;
-
Por e-mail, no caso de menores de idade ou pessoas sem título de eleitor;
-
Por meio da Carteira de Identidade Nacional (CIN), que atualiza automaticamente o CPF;
-
Presencialmente, em cartórios, agências dos Correios, Banco do Brasil ou Caixa.
Como consultar o Cadastro Único de forma simples?
Mesmo sem login Gov.br, é possível acessar informações básicas do cadastro, emitir comprovantes e localizar postos de atendimento. Basta preencher corretamente nome completo, data de nascimento, nome da mãe e município de cadastro, no site ou app oficial.
Considerações Finais
A reformulação do CadÚnico representa uma mudança de paradigma na gestão dos programas sociais no Brasil. Com foco em segurança, transparência e eficiência, o novo sistema busca evitar fraudes e garantir que os benefícios cheguem a quem realmente precisa. Mas, para isso, é essencial que os cidadãos estejam atentos às novas exigências, especialmente à obrigatoriedade do CPF e à necessidade de manter os dados sempre atualizados.
Ficar por dentro dessas atualizações pode ser o diferencial entre manter o acesso aos benefícios ou correr o risco de perdê-los por falta de informação. Não deixe para depois: procure o CRAS mais próximo e garanta que tudo esteja em ordem no seu cadastro.