Ultimato da Rússia a Mariupol. O Ministério da Defesa russo exigiu neste domingo a rendição da cidade portuária, sitiada e sitiada há semanas. Especificamente, o exército russo dá às tropas ucranianas sete horas para depor suas armas em troca de não atirar naqueles que se renderem depois das 5h (horário peninsular).
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se recusa a aceitar tais alegações. Além disso, no sábado, ele alertou que “a eliminação” de soldados em Mariupol “poria fim a qualquer negociação de paz” com Moscou. Nesse sentido, ele admitiu que se esse extremo ocorrer, Rússia e Ucrânia se encontrarão em um “beco sem saída”.
O Kremlin diz que controla toda a área urbana de Mariupol. A tomada do porto garantiria o controle da costa do Mar de Azov e um corredor direto para a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
“Suas vidas serão poupadas”
“As Forças Armadas russas oferecem aos militantes dos batalhões nacionalistas e mercenários estrangeiros bloqueados em Mariupol que ponham fim às hostilidades e deponham suas armas a partir das 06h00 de Moscou (5h00 da Espanha) de domingo, 17 de abril, pouparão suas vidas”, disse o Ministério da Defesa russo em comunicado.
Pelo contrário, a Rússia adverte que quem não depor as armas “provará o seu destino”, como garantiu o ministério russo no comunicado. Assim, ele insta os militares ucranianos a tomarem “a única decisão correta de cessar as hostilidades”, onde quer que seus “manipuladores” os obriguem a lutar “pelas ideias do nazismo”.
Para a “implementação prática” da rendição das tropas ucranianas, as Forças Armadas russas propuseram estabelecer um canal de comunicação contínua entre ambas as partes a partir das 5h00 em Moscou (4h00 na Espanha), para declarar meia hora depois, um cessar-fogo, embora ainda garantindo “observação rigorosa”.
Hasteamento da bandeira
“O início efetivo do cessar-fogo às 06:00 (05:00 horas peninsulares) é indicado pelo hasteamento das bandeiras de ambos os lados: vermelho do lado russo e branco do lado ucraniano ao longo de todo o perímetro. Além disso, o fato de que as partes estão prontos para entrar no cessar-fogo deve ter sido confirmado por todos os canais de comunicação”, disse o Ministério da Defesa russo.
O motivo desta oferta de cessar-fogo, conforme explicado na carta do chefe da Defesa Nacional da Rússia, Mikhail Mizintsev, deve-se ao fato de as tropas russas terem interceptado o conteúdo das comunicações de rádio ucranianas, que estariam em uma “situação desesperadora, praticamente sem comida ou água”. Nesse sentido, os últimos resistentes ucranianos estão entrincheirados na metalúrgica Azovstal e em outras fábricas da cidade.
O chefe da Defesa Nacional garantiu que cumprirá “todas as normas” da Convenção de Genebra para o tratamento de prisioneiros de guerra se os militares ucranianos deporem as armas.