Campanha de vacinação contra sarampo entra em sua última semana

A primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra o sarampo de 2020, que teve início no dia 10 de fevereiro, entre em sua última semana. Até o dia 13 de março, as doses estarão disponíveis em todos os postos de vacinação do Estado de São Paulo. No sábado (15), haverá o “Dia D”, quando os postos de saúde estarão abertos para facilitar o acesso dos pais e responsáveis.  O objetivo desta primeira etapa é alcançar crianças e jovens ainda não imunizados contra a doença. As doses serão aplicadas em pessoas na faixa etária de 5 anos a 19 anos.

A campanha de vacinação contra o sarampo é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com os municípios e o Ministério da Saúde.

A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba. É importante comparecer aos postos de saúde com a carteirinha de vacinação, para que um profissional verifique a necessidade de aplicação da dose.

O calendário nacional de vacinação prevê a aplicação da tríplice aos 12 meses e também aos 15 meses para reforço da imunização com a tetraviral, que protege também contra varicela. Para os bebês com 6 meses também devem receber a chamada “dose zero”, que não é contabilizada no calendário.

“É de extrema importância o comparecimento para atualização da carteira de vacinação. Além de evitar diversas doenças, contribui para a qualidade de vida de todos”, afirma a Diretora de Imunização, Núbia Araújo.

A vacina é contraindicada para bebês com menos de 6 meses. A recomendação para os pais e responsáveis por crianças nessa faixa etária é evitar exposição a aglomerações, manter higienização adequada, ventilação adequada de ambientes, e sobretudo que procurem imediatamente um serviço de saúde diante de qualquer sintoma da doença, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, conjuntivite, manchas brancas na mucosa bucal. Somente um profissional de saúde poderá avaliar e dar as recomendações necessárias.

A Secretaria também orientou que as salas de vacinação façam a triagem de crianças que tenham alergia à proteína lactoalbumina, presente no leite de vaca, para que estas recebam a dose feita sem esse componente.

Contraindicações

A vacina é contraindicada também para pessoas imunodeprimidas e gestantes. Pessoas nascidas antes de 1960, na sua maioria, já tiveram a doença na infância e possuem imunidade (proteção) por toda a vida, não necessitando ser vacinadas, conforme diretriz do Ministério da Saúde. As pessoas que tiverem dúvidas quanto à imunização adequada devem procurar um posto, com a carteira vacinal em mãos, para que um profissional de saúde verifique a necessidade de aplicação, que ocorrerá de forma “seletiva”, ou seja, apenas em quem tiver alguma pendência.

O Programa Estadual de Imunização prevê que crianças e adultos, com idade entre 1 e 29 anos, devem ter duas doses da vacina contra o sarampo no calendário. Acima desta faixa, até 60 anos, é preciso ter uma dose. Não há indicação para pessoas com mais de 61 anos, pois esse público potencialmente teve contato com o vírus, no passado.

Conforme definido pelo Ministério da Saúde, a campanha também terá uma segunda fase no próximo semestre. Será focada em pessoas de 30 a 60 anos e acontecerá entre os dias 3 e 31 de novembro.

Cenário epidemiológico de sarampo

O Centro de Vigilância Epidemiológica estadual realiza monitoramento contínuo da circulação do vírus. Em 2020, até o momento, foram confirmados 280 casos registrados neste ano, com 1 óbito. Em 2019, foram 17.529 casos e 14 mortes decorrentes de complicações pelo sarampo.

Vacinação contra febre amarela

No Estado de São Paulo, os postos de saúde oferecerão também a vacina contra febre amarela, para pessoas a partir de 9 meses. A dose pode ser aplicada simultaneamente com a tríplice viral, caso haja necessidade, em pessoas a partir de 2 anos de idade. Em crianças com idade inferior, será priorizada a vacina contra o sarampo e agendada a aplicação da vacina contra febre amarela para quatro semanas depois.

A vacina contra febre amarela leva dez dias para garantir proteção efetiva, e é fundamental para pessoas que vão circular em áreas verdes, por exemplo. “Aos que tomarem a vacina em período inferior a dez dias a viagens com esse perfil, recomendamos que evitem adentrar áreas verdes e usem repelentes e roupas compridas e de cor clara para reforçar a prevenção”, recomenda a diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Helena Sato.

Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina contra febre amarela os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído e transplantados. Não há indicação de imunização para grávidas, mulheres amamentando, crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticóides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide) e alérgicos a ovo.

Em 2020, não houve casos da doença, até o momento. Em 2019, foram 67 casos de febre amarela silvestre, com 13 óbitos.

Vale ressaltar que o tipo de vírus que circula atualmente em SP é silvestre, transmitidos pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Não há relação com o Aedes aegypti. Não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942.

Ascom