O Ministério Público de Minas Gerais (MSMG) teve sua denúncia aceita pela Justiça nesta sexta-feira (14) contra 16 pessoas envolvidas no rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão ocorrida em janeiro do ano passado em Brumadinho. Com a decisão, os investigados passam à condição de réus no processo.
No mês passado, os promotores responsabilizaram criminalmente funcionários da mineradora Vale e da empresa Tüv Süd pela tragédia. De acordo com o MP, os denunciados teriam responsabilidade na morte de 270 pessoas que foram soterradas pela avalanche de rejeitos da represa e por isso devem responder na Justiça pelo crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Equipes do Corpo de Bombeiro permanecem no local realizando buscas para encontrar corpos desde o dia que aconteceu a tragédia. Além das 270 mortes, o rompimento da barragem resultou em destruição de casas e equipamentos públicos da cidade, que fica próxima à Belo Horizonte, capital mineira e gerou sérios problemas ao meio ambiente.
Ainda segundo o MP, entre os réus estão o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e mais dez funcionários da mineradora, além de cinco funcionários da Tüv Süd.
O que diz a defesa
Em nota, a defesa de Fabio Schvartsman lamentou o recebimento da denúncia e disse que de acordo com as informações recebidas pelo ex-presidente da área técnica da empresa as barragens estavam estáveis e em “perfeito estado de conservação”.
“Depreende-se que o único motivo para a denúncia de Fabio Schvartsman foi o fato dele ser presidente da Vale por ocasião da tragédia”, declarou a defesa.
A Tüv Süd declarou que “continua profundamente consternada” pela tragédia e que as causas ainda não foram esclarecidas de forma conclusiva.