Finanças

13º salário: Criptomoedas podem não ser a melhor opção de investimento

Publicado por
Jerffeson Brandao

Quem gosta de ficar antenado sobre economia e mercado financeiro, já deve ter ouvido falar das criptomoedas. Para facilitar, elas nada mais são do que um tipo de dinheiro, assim como o real ou o dólar, porém, são 100% digitais e não emitidas por um governo, como é o caso das moedas citadas anteriormente. São usadas apenas no mundo virtual, ou seja, não é possível tê-las em mãos. A mais conhecida atualmente é o Bitcoin, entretanto, existem outros tipos e, por isso, é preciso ter atenção redobrada.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), até dezembro deste ano, o pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 249,8 bilhões na economia brasileira. Para os que pensam em usar o benefício investindo no mercado de criptomoedas, fica o alerta: em 2021, cerca de 46 mil pessoas relataram ter perdido um total de mais de US$ 1 bilhão em golpes com moedas digitais, de acordo com levantamento feito pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC).

“Vale ressaltar que as critptomoedas não são consideradas investimentos, pois são moedas com muita volatilidade, ou seja, oscilação. E ao investir você nunca saberá qual retorno pode ter, afinal estamos falando de renda variável. Existem diversas modalidades de investimentos com segurança, que garantem ao investidor um retorno sobre seu dinheiro, inclusive com prazos menores. Mas, para isso, é preciso ter uma instituição financeira de confiança. Muitos desses golpes com criptomoedas foram feitos com anúncios em redes sociais ou mensagens no celular, e isso é um grande risco”, afirma Audrey Barneche, especialista em investimentos da Credifoz.

Cuidado com os golpes

A criptomoeda é volátil e por não ser um dinheiro físico, mas sim digital, que não é emitido por nenhum governo, não possuí lastro (garantia). Desta forma, o valor pode ter grande variação em pouco tempo, até mesmo horas, e sem muitas explicações, diferentemente de outras opções de investimentos como as ações, em que você pode ser sócio de empresas reais ou fundos imobiliários, onde consideram os valores de aluguéis de imóveis.

Por ser uma nova modalidade no mercado, ainda pouco conhecida, acaba sendo muito utilizada em golpes, com a promessa de rentabilidade de até 10% ao mês. Os estelionatários atraem as vítimas para um esquema de pirâmide. “Nos primeiros meses, a pessoa até recebe a rentabilidade, fazendo com que acredite que a promessa é real e segue investindo ainda mais na empresa, além de chamar outras pessoas para investirem também. Porém, imagine que todos os clientes solicitem resgate ao mesmo tempo das criptomoedas? Não haverá recurso para pagar todos, aí que a máscara cai e muitas empresas deixam de existir. Também é importante ficar atento, pois a empresa não tem como prometer um retorno fixo num mercado variável. Os golpes são planejados nos mínimos detalhes, alguns até montam escritórios de fachada, tudo para convencer o investidor e, no final, sumir com seu dinheiro”, diz Audrey.

A especialista ainda dá mais uma dica: “ao investir em qualquer tipo de mercado, você nunca deveria enviar o dinheiro do seu CPF ou CNPJ para outro CPF ou CNPJ. Administrar seu dinheiro, isso é ilegal. Investimentos que são regulamentados e seguros são sempre feitos dentro na sua conta”. Por isso, a importância de investir em opções conhecidas e seguras, ainda mais com o cenário atual, onde a renda fixa está rendendo mais que há um ano. Além disso, existem perfis diferentes de investidor e é necessário conversar com especialistas para saber qual a melhor opção para realizar seus sonhos.

Investimentos ideais para cada tipo de investidor

Cada pessoa é única, tem suas próprias necessidades, e quando se trata de investir com segurança, isso deve ser levado em consideração. Se você possui um perfil mais conservador, que prefere não correr riscos na valorização do dinheiro, os produtos de renda fixa são os que mais se enquadram como, por exemplo, a poupança, CDB (Certificados de Depósito Bancário) ou RDC (Recibo de Depósito Cooperativo).

Já quem possui um perfil moderado, que gosta de ter mais opções, apostando em retornos com médio e longo prazo, boas opções podem ser ativos indexados à inflação, Selic, fundos multimercados, tesouro direto, entre outros.

Ainda existe um terceiro perfil: o investidor arrojado. Ele não tem tanto problema em correr riscos de variação dos rendimentos. Gosta de apostar alto. Para esse perfil, investir em ações, por exemplo, é uma ótima opção, pois é um produto de renda variável e que, a longo prazo, pode trazer aumento de capital. Mesmo assim, é recomendado esse tipo de investimento como diversificação de patrimônio e para quem tem o tempo ao seu favor.

Porém, como afirma Audrey Barneche, em todos os casos é preciso procurar uma instituição de confiança, para fazer essa análise de perfil. “Investir é importante para a saúde financeira e é para todos. Mas é essencial buscar instituições financeiras com bom histórico no mercado, com atendentes que não vão querer oferecer qualquer produto e, sim, aquele que realmente se encaixa com seu perfil, renda e sonhos”, finaliza.